Jaqueline Silveira

Governador avaliou os riscos para tomar sua decisão

Parte do suspense em torno do futuro de Eduardo Leite foi desfeito, na tarde desta segunda-feira, com sua renúncia ao governo do Estado e a permanência no PSDB. Com um dos salões do Palácio Piratini, o dos Espelhos, lotado e com a presença das principais lideranças tucanas no Estado, entre elas o prefeito Jorge Pozzobom, e de sua família, Leite confirmou que deixará o cargo na quinta-feira e permanecerá no partido ao qual está filiado há 20 anos. A partir da data, o vice Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) assume o Piratini.

Estratégico e cuidadoso nas palavras, Leite gravou um vídeo que foi veiculado com anúncio de sua decisão antes de se manifestar e responder às inúmeras perguntas de jornalistas do Estado e do centro do país. Ao se pronunciar, ele disse que a participação do seu vice pesou na sua decisão para deixar o Piratini, já que Ranolfo, segundo ele, conhece todos os programas do governo e com o delegado construiu uma relação "fraterna e de lealdade".

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Foto: Ariéli Ziegler (Divulgação)/

Eduardo Leite estava cercado das principais lideranças tucanas durante o anúncio

Leite deixou seu futuro em aberto com a decisão, como ele próprio admitiu.

- A renúncia me abre várias possibilidades e não me retira nenhuma - afirmou ele, ao responder uma pergunta sobre a possibilidade de assumir a pré-candidatura a presidente no lugar de João Doria (PSDB), governador de São Paulo.

Eduardo Leite renuncia ao governo do Estado e pode concorrer à presidência do Brasil

Em sua decisão, o governador gaúcho avaliou os riscos e preferiu o caminho mais seguro. Como perdeu as prévias para Doria e prometeu respeitar a decisão, o que reafirmou ontem, não pegaria bem se aceitasse a oferta do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, para concorrer a presidente pelo seu partido. Isso porque sinalizaria ser um projeto pessoal a disputa ao Planalto, ao contrário do que pregava.

Além disso, a aposta era arriscada em consolidar uma candidatura pelo PSD, já que Kassab anunciou aos quatro cantos do Brasil que, no segundo turno, o partido apoiará o ex-presidente Lula (PT). Então, nem o principal cacique da sigla parece apostar todas as fichas numa candidatura própria e poderia no futuro nem dar respaldo à mesma.

Leite deve ter avaliado que o melhor era ficar no aconchego do ninho tucano e esperar por uma possível desistência de Doria.O PSDB, aliás, conseguiu uma grande vitória ao convencer o governador, um dos seus quadros políticos mais promissores, a ficar. Uma carta feita quase aos 45 minutos do segundo tempo, com as assinaturas das principais lideranças tucanas do país, sensibilizou Leite e deu o empurrão que faltava para ele continuar no PSDB.

Agora, Leite tem quatro caminhos que pode seguir: concorrer a presidente, a governador ou senador, ou ficar fora da disputa só como cabo eleitoral.  

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